sexta-feira, 9 de março de 2018

Alinhando o discurso de Jeff Weiner com a realidade do mercado de trabalho nas organizações do Brasil

Alinhando o discurso de Jeff Weiner com a realidade do mercado de trabalho nas organizações do Brasil.





Após ler as notícias referenciadas nos links acima comentando sobre a afirmação de Jeff Weiner (CEO do LinkedIn) "Habilidades, não diplomas, definem hoje os melhores talentos" e refletir um pouco a respeito do cenário do mercado de trabalho atual do Brasil, fico com a impressão que estamos bem distantes dos processos de seleção de empresas do primeiro mundo. Pensar que as empresas nacionais atualmente já possuem este nível de maturidade seria considerado uma utopia.

Em momento algum venho criticar o ponto de vista do CEO ou as empresas de RH nacionais. As habilidades pessoais mencionadas por ele são realmente essenciais para qualquer profissional atuante no mercado de trabalho atual. Um fato importante que muitos profissionais precisam entender, é que as empresas atualmente estão atrás resultados de produtividade dos funcionários e a sua disposição de assumir riscos e não de profissionais altamente diplomados.

O problema é que são poucas as organizações brasileiras que operam na visão comentada por ele quando falamos em nível de maturidade dos processos seletivos. O RH destas empresas podem até compartilhar esta  visão, mas teoricamente, acabam seguido ordens de selecionar profissionais com o mais alto nível, inclusive exigindo principalmente profissionais diplomados em instituições renomadas, solicitando cursos pós-graduações/especializações e certificações dentro da respectiva área de atuação.

Os jovens profissionais por sua vez, se quiserem conseguir um emprego no brasil, acabam por sua vez tendo de seguir os padrões do mercado de trabalho nacional. Outra realidade é que possuir um diploma de faculdade hoje em dia, significa somente atender um pré-requisito. Dependendo do cargo e pré-requisitos, muitas das vezes, os profissionais que não possuem um diploma universitário, não conseguem nem ser chamados para participar de um processo seletivo ou são eliminados do processo na etapa inicial. No início de carreira quando são admitidos, não conseguem nem um emprego dentro de suas expectativas, só um cargo para conseguir pagar as suas contas e para ganhar alguma experiência. Talvez no futuro graduando-se, especializando-se e com mais experiência profissional acabem encontrando e conseguindo o cargo que tanto esperam e sonham. 

Algumas dessas empresas ainda possuem uma área de seleção de profissionais operando seu RH na versão 1.0, isto é, utilizando modelos ultrapassados de processos de seleção. Concordo que não posso ser tão crítico com as multinacionais, que talvez possam ter revisto alguns de seus conceitos e alterado alguns de seus pré-requisitos.

Deveríamos nos fazer as seguintes perguntas: 

a) As empresas de RH do Brasil já possuem o apoio da alta gestão executiva para realizar contratações de profissionais da forma comentada pelo CEO?

b) Com base no modelo apresentado, os pesquisadores de países de primeiro mundo, conhecem fortemente a cultura das organizações nacionais ou já trabalharam em uma empresa brasileira em nosso país?

c) Os pesquisadores de países de primeiro mundo já tentaram candidatar-se em sites de empregos nacionais e observaram os pré-requisitos para a candidatura de determinada vaga? 

Fato: Ninguém faz faculdades, pós-graduações ou especializações simplesmente por lazer. É uma necessidade exigida para os profissionais conseguirem passar pelo filtro dos processos seletivos nas organizações nacionais ou manterem-se atualizados em um mercado de trabalho que sofre constantes mudanças na nova era ao qual estamos.

Até um para um concurso público no Brasil com um salário mediano, é exigido a formação superior em determinada área em seu edital.

Em minha experiência pessoal vivenciei alguns processos seletivos e passei a observar certas empresas que restringiam determinadas instituições de ensino em seus processos, ou seja, realizavam uma determinada "peneira" para selecionar determinados candidatos baseando-se em seus critérios pessoais, isso ocorria também para processos seletivos de estágio onde observava-se requisitos e graus de exigência bem altos em um momento onde muitos destes profissionais estão cursando sua graduação e tentando simplesmente aprender.

Não vamos criticar as áreas de RH, mesmo porque no fundo estas cumpriam exigências de áreas acima delas obedecendo o nível hierárquico das organizações. Mas nada impede que gestores de RH oriundos de outras organizações que seguiam estes modelos arcaicos, implantassem esta cultura em seu novo local de trabalho.

Concordo que o bom relacionamento interpessoal, inteligência emocional, capacidade de adaptação a mudanças, espírito de trabalho em equipe e outras habilidades pessoais são fundamentais. Muitas das empresas possuem áreas de RH que ainda não possuem uma área estratégica para desenvolver esta cultura, pois não possuem o apoio para adotar certos métodos ou experimentar novas ideias. No final os RH(s) são massacrados por uma grande quantidade de atividades administrativas, funcionando como um departamento pessoal. Os altos executivos das organizações do Brasil ainda precisam apoiar mais estes RH(s) para que eles consigam fazer sua transição para a versão 2.0 (upgrade) e trazer resultados mais significativos para estas organizações.

Não venho aqui para perseguir ninguém, só estou passando algumas ideias para que reflitam a respeito do mercado de trabalho nacional. Acho que o importante é pensar que algumas destas organizações nacionais jogam de acordo com seus interesses para selecionar profissionais altamente capacitados. Onde no fundo, não sabemos se estes mesmos profissionais aprovados nestes processos serão valorizados da forma que esperam.

Já tive o prazer de conhecer profissionais que não possuíam faculdade, mas possuíam "conhecimentos elevados" e capacidade suficiente para trabalhar em determinada área. Em outros casos, muitos possuíam diploma universitário, mas estavam formados em outra área específica diferente da que trabalhavam. Nos dois casos confesso que eram profissionais fantásticos, pois amavam o que faziam e se atualizavam. A faculdade também é um momento em que desenvolvemos as nossas habilidades, somos testados, fracassamos e aprendemos com os nossos erros. Ela também serve como um elemento de desenvolvimento das nossas qualificações pessoais.

Talvez a revolução, novos conceitos e disciplinas comportamentais devam ser aplicadas nas disciplinas de graduação durante esta fase ao qual estamos cursando o ensino superior. Seja qual for o tipo de conhecimento, isto é, uma qualificação pessoal ou técnica, ela torna-se válida para o desenvolvimento individual. O importante é que os profissionais busquem sempre o tipo de conhecimento que necessitem se desenvolver mais.

Processos seletivos como estes comentados por Jeff Weiner, estão relacionados a culturas organizacionais que possuem um nível de maturidade superior, isto é, empresas do primeiro mundo localizadas nos EUA e Europa onde estes departamentos de RH atuam na versão 2.0 e possuem autonomia total para aplicar novos conceitos e testar novos métodos gestão de pessoas, isto é, mais foco no trabalho de desenvolvimento humano.

Mas certas empresas do mercado nacional (terceiro mundo) ainda precisam alcançar este nível sonhado e principalmente ganhar o apoio esperado da alta gestão para conseguir alcançar maturidade em seus processos de seleção de novos talentos e métodos para valorizar e desenvolver os profissionais de uma determinada organização. Caso contrário, ficaremos presos ao "politicamente correto" isto é, aquele onde falo uma coisa, mas na hora de agir, faço algo totalmente diferente do que foi falado.

Um outro fato comentado é que boa parte das contratações nacionais são feitas hoje através de "indicação" (o tradicional QI ). O que pode vir a passar por cima de toda a visão comentada acima ou desconsiderando certas etapas do processo seletivo. Existem casos onde gestor contratante da empresa critica o RH durante o processo de seleção do candidato e acaba obrigando-os a avançar com a contratação imediata de determinado funcionário. 

A questão fundamental para a solução de um problema é admitirmos que temos um. Desta forma, para avançar e fazer um plano de ação para os processos seletivos e mudança para desenvolvimento e capacitação humana dos profissionais de uma organização, precisaremos mudar a mentalidade da alta gestão das organizações e conscientizá-los da necessidade de alterarmos a forma arcaica dos atuais processos de seleção operando na versão de RH 1.0 .

Pode ser bem complicado fazer comparações de processos seletivos entre um país de terceiro mundo (Brasil) com um país de primeiro mundo (EUA, Europa etc...) pois a cultura, educação e o nível de maturidade são superiores ao nosso. Você precisa antes de mais nada, estudar os modelos deles e verificar o que pode ser aplicado e o que não pode nas áreas de RH nacionais.

Muitas pessoas acabam sendo obrigadas a se adaptar e seguir as regras do mercado de trabalho nacional para conseguir sobreviver nesse país, pois como dizia Charles Darwin:

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.

Um abraço a todos e até a próxima.

Referências:

"Habilidades, não diplomas, definem hoje os melhores talentos" - Jeff Weiner (CEO do LinkedIn)


terça-feira, 6 de março de 2018

Dicas para elaboração de currículos


Dicas para elaboração de currículos


Olá pessoal, boa tarde!

Não sou um dos donos da verdade e nem quero estar 100% certo. Meu interesse é apoiar as pessoas diante desta crise econômica em suas recolocações. Se este artigo chegar a somente uma única pessoa e fazer a diferença na vida dela, já estou feliz da vida.

Com algumas experiências pessoais, sites e redes sociais, aproveito esta oportunidade para apresentá-los algumas dicas de elaboração de currículos:

01 - Jamais minta em seu currículo: Profissionais que mentem em currículos são desmascarados por profissionais de RH com perguntas precisas e específicas. Existem pessoas que são excelentes em mentir e exagerar, mas são desmascarados com facilidade. Por exemplo, a linguagem corporal pode dizer muito a seu respeito durante as entrevistas. Outro fato é que você pode ser aprovado na entrevista, mas futuramente terá de comprovar aos colegas de trabalho suas experiências e conhecimentos. Você pode até não possuir a experiência dentro dos requisitos solicitados, o mais importante de tudo é mostrar ao entrevistador que você possui vontade de aprender, motivação e comprometimento. Seja honesto, sincero e transparente durante a entrevista. A mentira quebra a credibilidade do candidato e pode gerar um colapso permanente da confiança durante a entrevista, portanto evite constrangimentos.


02 - Estenda o seu networking profissional: Faça mais contatos e busque profissionais dentro das empresas ao qual você acha que possuem potencial para fazer novas contratações. Nada o impede de fazer contato com antigos amigos da sua cidade e faculdade para pedir apoio. Entenda também que o networking é uma oportunidade para o desenvolvimento e troca de ideias. Estando empregado ou desempregado, você deve sempre ter uma visão "colaborativa" e quebrar a mentalidade desta cultura de competição enraizada no nosso aprendizado brasileiro. Digo isso porque outros países estão mais evoluídos neste aspecto de educação. Ajudar e contribuir sempre agrega valor valor a vida das pessoas de forma significativa. E se você está ajudando as pessoas, estará ajudando a si mesmo. Você sabe qual é a melhor forma de aprender? Resposta: É ter que ensinar.

03 - Faça um currículo personalizado com o perfil da vaga de interesse: Surgiu uma vaga com o seu perfil? Escreva e ajuste o currículo com um perfil semelhante a vaga. Às vezes o melhor caminho para ser selecionado por um entrevistador em um processo seletivo, é ter o seu currículo ajustado de forma devida para a vaga específica. Muitos currículos são deixados de lado durante a seleção justamente porque são panfletados, isto é, não possuem um foco direcionado para aquela vaga. A verdade é que os candidatos geralmente possuem um currículo genérico onde não fazem alterações a um certo tempo e o candidato envia este currículo desta forma sem fazer até alguma revisão ou atualização (no modo 0800 Brasil das couves) para o entrevistador ou responsável pela seleção. Isso dificulta bastante o trabalho de RH ou consultorias especializadas, pois eles perdem muito tempo tentando entender se o currículo enviado atende as expectativas da vaga.

04 - Evite o uso de modelos de currículo da internet (templates) e questione-se sempre a relevância deles: Muitos modelos de currículos disponibilizados na internet são genéricos. Por este motivo, acabam faltando certas informações para serem incluídas ou estes fogem do padrão aceito pelas empresas e consultorias de RH. Não trate o seu currículo como um folder, trabalhe ele de forma estratégica e evite colorir muito.


05 - Entenda qual o tipo de currículo está dando mais certo para você: A recomendação de especialistas em RH é que um currículo seja feito no máximo em 2 folhas. Mas um currículo simples em uma única folha também pode ser um bom exemplo. Profissionais de RH, consultorias e empresas possuem uma série de atividades administrativas. No final, o tempo deles é bastante curto, quanto mais simples e adequado, mais você facilitará o trabalho deles. Faça alguns testes e marque uma pontuação de aceitação do modelo criado. Peça também apoio de profissionais de RH para observarem se este currículo que você acabou de criar. Faça uma a pontuação com relação ao retorno de entrevistadores com base no currículo que enviou, o objetivo aqui é verificar a "aceitação" para verificar se o modelo criado está está no caminho certo.

06 - Pense e use estratégias diferentes das atuais utilizadas por outros profissionais: Muitos currículos atualmente são cadastrados diretamente no site das empresas. Só que... quando você não é solicitado pelo entrevistador ou RH para fazer o cadastro no site da empresa, no final este seu cadastro acaba sendo somente mais um. Existe uma grande quantidade de currículos cadastrados. A melhor solução para este caso, seria descobrir uma pessoa (contato) dentro da empresa para ajudá-lo a entregar o currículo impresso para o RH, mas entendo que este caso é difícil. A segunda estratégia é ser mais "cara de pau", isto é, visitar a empresa fisicamente e deixar o currículo aos cuidados do RH. Mesmo que o RH informe a você que existe cadastro no site, vão perceber que você teve uma iniciativa diferente, isto é, foi até o local e entregou o currículo.

07 - Verifique a relevância dos cursos em seu currículo e atualize-se sempre: Não esqueça de ter foco dentro da área que atua. Os entrevistadores sempre tentarão entender a relevância dos cursos que você atualmente está fazendo, comparando-os com sua área de atuação atual e o cargo pretendido. Faça cursos de atualização na sua área e jamais passe a impressão que está parado. Há vários cursos gratuitos na internet e se existe a oportunidade e possibilidade de atualização, você pode recorrer a este recurso. Aproveite e verifique sempre se existem palestras e eventos nas faculdades, a questão principal que comento aqui é a busca do conhecimento.

08 - Visite o site das empresas: Sempre procure entender o modo de operação, o segmento da empresa e sua saúde financeira. Pois isso sempre é uma preparação para a entrevista. Muitos destes sites também apresentam vagas em aberto, o que pode também ser um canal aberto para fazer futuras candidaturas a determinadas vagas. Uma observação é que os entrevistadores questionarão sempre o que você sabe a respeito da empresa. Isso mostra o seu interesse em fazer parte da mesma e se a vaga atual tem possui sentido e relevância para você. Lembrando que os candidatos sempre estão em busca de uma carreira que faça sentido em suas vidas.

09 - Solicite ajuda de colegas de profissão com recomendações profissionais: Solicite o apoio de colegas de profissão para ajudá-los com as recomendações profissionais. É sempre importante avisá-los que está em busca de emprego e se pode contar com o apoio deles. Os profissionais de RH provavelmente entrarão em contato com eles para buscar informações e referências ao seu respeito. O Linkedin possui um recurso onde você solicita recomendação aos profissionais pertencentes a sua rede profissional. Se você faz uso constante, é importante que solicite recomendações aos seus colegas de profissão.

10 - Realize padronizações (organização): Padronize o seu currículo de forma que ele fique semelhante ao que esta escrito dentro da sua rede social profissional do Linkedin. Se você adotar esta estratégia, no meu ponto de vista, acredito que isso trará resultados e facilitará bastante os entrevistadores. O Linkedin é uma rede social profissional conhecida e muitos profissionais de RH, headhunters e consultorias fazem uso desta, para buscar de profissionais. Eles receberão o seu currículo digital enviado por email e farão comparações com o seu perfil da rede. Este recurso também é usado para fazer o alinhamento com outros profissionais internos da empresa e a tomada de decisão com relação aos processos seletivos.

11 - Faça a revisão ortográfica e a concordância lógica do seu currículo: Currículos com erros de ortografia mostram uma certa falta de atenção de profissionais no nível de escrita e redação. Estes são fatores que deixam profissionais de RH com dúvidas e incertezas a respeito do candidato. A dica neste caso, é que solicite aos seus colegas de profissão ou amigos que possuem um bom nível de leitura e escrita, para ajudar com a leitura do seu currículo. Algumas vezes eles acabarão descobrindo coisas que podem lhe surpreender ou pegar você de surpresa. Escreva também o currículo de forma simples e objetiva, evitando uma linguagem de difícil compreensão para os entrevistadores. Lembre-se que estes profissionais possuem pouco tempo e precisam selecionar candidatos das mais diversas áreas de atuação nos processos seletivos. Profissionais de RH não são doutores ou arqueólogos egípcios, são pessoas como nós também e possuem as suas dificuldades e limitações. Já cheguei a ver alguns currículos com emoticons (aquelas imagens animadas de carinhas e gestos que colocamos em postagens de redes sociais). Mas acredito que é necessário um pouco mais de maturidade e seriedade com a apresentação profissional e envio de currículos. Candidatar-se a uma vaga de emprego não é uma mensagem para seus amigos do dia a dia em redes sociais.

Conclusões finais:


A elaboração de um currículo é um trabalho que envolve esforço e dedicação pessoal. Você deve sempre este fator em consideração, pois nele você está falando da sua carreira. Não esqueça que você é o empresário da sua vida, isso exige gestão e administração.

Uma rede social serve como um elemento que contribui para o relacionamento pessoal, profissional e a troca de ideias. Você tem a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas que agregarão muito em sua vida no aspecto profissional e pessoal. Você deve utilizar sempre isso ao seu favor, pois estamos em plena era da informação caminhando para a quarta revolução industrial. Desta forma, você deve estar alinhado as tendências do mercado na sua área de atuação e fazer o uso constante da tecnologia ao seu favor. Nos tempos antigos, muitos gênios, físicos e cientistas revolucionaram o mundo com suas teorias e dedicaram suas vidas para termos a tecnologia que temos atualmente. Vamos nos esforçar sempre para sermos os melhores nos aspectos pessoais e profissionais em nossas vidas, inovando e revolucionando o mundo em dedicação especial a eles.

Desejo boa sorte a todos!!! Um abraço e até a próxima.